Ouros de Eldorado: não deixe de ver essas joias maravilhosas
28 de Maio de 2010

A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta, pela primeira vez no Brasil, a exposição Ouros de Eldorado: Arte Pré-Hispânica da Colômbia. E vale a pena conferir os 250 artefatos, pois o acervo é considerado um dos mais importantes do mundo e pertence ao Museo del Oro da Colômbia.

As peças são de 500 a.C. a 1.500 d.C, época em que os povos da região da atual Colômbia haviam alcançado grande desenvolvimento político, social e religioso. Dá para ver a prosperidade pela ourivesaria, também muito desenvolvida.

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Esse povo dourado usava várias técnicas para moldar o ouro, mostradas em vídeo na exposição. Gostavam de explorar a figura humana, os animais, as formas geométricas ou uma combinação de todos eles para fazer suas máscaras, peitorais, narigueiras, pingentes e objetos variados. Retratavam serpentes, rãs, morcegos, aves, veados, lagartos e caracóis, entre outros bichos. E também combinavam traços humanos com o de animais, como o homem-jaguar, homens com cauda de macaco, homens-peixe, e também os homens-ave, com pernas que se transformam em cauda e os braços em asas. A maior parte das joias tinha um carater religioso ou simbólico, não eram usadas por vaidade.

Uma das áreas da exposição, batizada de Gente Dourada, faz referência ao termo “El Dorado”, criado pelos conquistadores espanhóis ao se depararem com rituais onde o chefe indígena, coberto por ouro em pó, lançava objetos preciosos ao fundo de uma lagoa, como oferenda às divindades. O termo gerou o mito de uma suposta “cidade de ouro” que deu origem a várias produções cinematográficas de Hollywood. 

A tumbaga, uma mistura de ouro e cobre, foi a liga mais usada entre os ourives pré-hispânicos do território colombiano. Unindo o ouro com diferentes porções de cobre, os ourives produziram diversos tons de dourado, inclusive tons avermelhados. Para fazer lâminas de ouro, os ourives golpeavam ligas do metal com martelos de várias formas e tamanhos. Ao ser martelado, o material se torna quebradiço, então o ourives tinha que aquecer o metal e depois esfriá-lo em água. Este processo, que se repetia muitas vezes, permitia continuar martelando até se chegar à espessura e tamanho desejados. As lâminas eram, depois, recortadas com cinzeles de pedra ou metal.

Os ourives da antiga Colômbia também faziam moldes de cera, usando cera de abelha, para modar figuras de animais ou humanas. Trabalhavam, primeiro, a cera, como se estivessem fazendo pequenas esculturas. Depois, envolviam essa figura com argila. Quando seca, a argila era aquecida, a cera derretia e o resultado era um molde oco que, finalmente, seria preenchido com ouro derretido. Seco o ouro, a argila era quebrada e o artefato finalmente estava pronto. Até hoje, ouvires usam esse método!

É mais fácil entender os processos de produção assistindo um vídeo. Portanto, passe na Pinacoteca! E não deixe de conferir essas peças lindíssimas!

Pinacoteca do Estado – Praça da Luz, nº 2  – tel. (11) 3324-1000
De terça a domingo, das 10h às 18h | R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia). Grátis aos sábados.
Exposição aberta até 22 de agosto de 2010.

Por: Roberta Rossetto
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