Adoro Joias

Roberto Burle Marx foi um artista inquieto, daqueles que gostam de explorar diferentes plataformas de manifestação: fez pintura, escultura, tapeçaria, painéis de azulejos, arranjos florais, uma porção de coisas. E foi, também, designer de joias. Nessa área, foram mais de 20 anos de produção e aproximadamente 2.000 desenhos – que ele fazia com giz colorido sobre cartão preto, assinava, datava e numerava.

Roberto foi importante para o paisagismo e igualmente para a história da joia brasileira. Começou a desenhá-las em 1948 e várias lembram seus projetos de jardins, ora com traços sinuosos inspirados em plantas e na natureza, ora com traços retos e angulosos, como os espelhos d’água e canteiros de plantas. Explorou as cores das pedras brasileiras e também as diferentes texturas de ouro – arranhado, escovado, esponjado ou com aspecto de areia. Há casos em que uma mesma joia apresenta vários desses acabamentos, então, quando a gente olha a joia ela parece ter cores diferentes de ouro. 

Ele desenhava e seu irmão Haroldo, gemólogo, em conjunto com uma equipe que incluia um ourives italiano, executava as peças. Quando esteve no Brasil, em 1962, o jornalista italiano Mario Nati escreveu: “..há sobretudo um motivo que econtramos nas joias como nos jardins e nos quadros de Burle Marx: o motivo da liberdade, do respiro pleno e aberto, do sentimento genuíno da natureza. Um motivo, de resto, que é a característica mais bela de seu país”. Lindo, né?

Roberto ganhou o mais importante prêmio de design dos anos 60: o primeiro lugar na mostra de joias modernas da VII Bienal de São Paulo, em 1963. O nome do prêmio? Prêmio H.Stern. Sim, os caminhos de Roberto Burle Marx e da H.Stern se cruzaram algumas vezes no passado. A família Stern, quando chegou ao Brasil, em 1939, ficou hospedada na casa dos Burle Marx, no Leme, Rio. E agora, a H.Stern lança uma coleção em homenagem a Roberto, com joias inspiradas em desenhos deixados por ele.

Abaixo, confira  algumas joias da coleção:    

>>> Por: Roberta Rossetto