Mulheres de diferentes estilos e tipos físicos sempre perguntam se elegância é um aprendizado ou uma característica inata. Há anos venho dizendo que elegância é, antes de tudo, adequação. Nesse sentido, pode, sim, ser uma bela combinação dessas duas possibilidades _a virtude e o aprendizado_ já que, seja qual for a sua personalidade, optar, por exemplo, por roupas e joias de apelos mais clássicos sempre ajuda a parecer um pouquinho mais elegante.
Se essa for a sua intenção, outra alternativa bastante eficiente é observar comportamentos assumidamente old fashion, mas com prazo de validade que não termina nunca. Inspire-se, por mais óbvio que pareça, em mulheres fantásticas transformadas em ícones da elegância e cujas imagens sobrevivem às mudanças da moda.
Loiras que querem ser chics e elegantes podem dar um google ou fazer uma pesquisa breve para apreciar e deixar-se contaminar pela imagem da atriz norte-americana Grace Kelly que, na verdade, foi icônica de verdade antes casar-se com Ranier, de Mônaco, e virar princesa. Será fundamental rever filmes como A Janela Indiscreta, de 1954, e High Society, 1956. No primeiro ela dá uma aula prática de como fazer uma bagagem mínima e podre de chique para sobreviver a instantes difíceis na companhia de um namorado relutante. No segundo, está distraída e fatalmente glamorosa nos braços de exasperados pretendentes, entre os quais Frank Sinatra.
Para morenas de coração, a imagem da primeira-dama americana Jacqueline Kennedy também é sempre estimulante quando o assunto é elegância _ e ambição pessoal. Seus melhores momentos, mais recomendados para inspirar sem parecerem datados, são os de quando, debutante ainda, assinava Bouvier, com cabelos crespos. Com um discretíssimo fio de pérolas e luvas brancas, hits absolutos dos manuais de esnobismo, ela fez escola.
Ao desfilar modelos de Oleg Cassini, Givenchy e Chanel, Jackie criou uma imagem cuja elegância fixou-se no imaginário das mulheres a ponto de ser prontamente reconhecível, estranhamente familiar, até entre os que não testemunharam a época. Depois de casar-se com Aristóteles Onassis, conseguiu manter o foco da elegância e estilo apesar de fazer de todos os excessos e provocações (ao neo-marido mal comportado) comprando alucinadamente, inclusive coisas que jamais usaria.
Para fechar o trilogia clássica de elegantes de aparência inspiradora, como entender a misteriosamente contemporânea Audrey Hepburn dos filmes Sabrina e Roman Holiday, de cabelos curtos, namorando em cena os gatos mais cool daqueles tempos. Com sua imagem de Cinderela, começou a embaralhar classes sociais tradicionais ao abrir a janela do glamour e vislumbrar a distinção vigente. Cabelos longos presos num “coque banana” e exibindo “luzes” até então inéditas, classuda e romanticamente aventureira, a Audrey de Breakfast at Tiffany’s ainda serve como modelo absoluto para encantadoras afoitas de hoje. Sempre na maior elegância.
>>>Por: Costanza Pascolato