Queria mostrar pra vocês essa pulseira incrível, batizada de Caminhos, que integra a coleção Roberto Burle Marx por H.Stern. Olhando a foto, você não diz que ela desmonta inteira. Mas é isso o que acontece. A versão mais larga é composta de três partes; a versão mais estreita, duas. E a proposta é brincar de monta-desmonta, algo lúdico e divertido.
De onde veio a ideia? Ahá! Comecou com o próprio Burle Marx. Ele era um homem divertido, cheio de energia, que vivia fazendo almoços e festinhas em seu sítio. Há relatos de amigos sobre encontros que duraram o fim de semana inteiro! Ele criava receitas e drinks, além de pintar as toalhas de mesa e montar os arranjos de decoração. Não raro, cantava ópera em alemão para entreter os convidados. Dá pra imaginar? Diversão, portanto, foi um dos inputs que chamou a atenção dos designers.
Ao fazer seus projetos de calçadas, Burle Marx também criava um entrelaçado de faixas, feitas com pedras portuguesas de cores diferentes, como se um caminho levasse a outro. Ele encaixava-as umas na outras, criando formas geométricas. Dá pra ver isso no calçadão de Copacabana. Não a parte que ficou famosa, em forma de ondas, pois essa já estava ali e é reprodução das calçadas de Cascais, em Portugal, mas nos desenhos do canteiro central e das calçada junto aos prédios — essas sim criações do mestre paisagista.
Aliás, vou fazer um parêntesis pra falar da calçada de ondas de Copacabana. Elas já estavam ali antes que Burle Marx fosse chamado para fazer o paisagismo da orla do Rio. Mas estavam de um jeito diferente, dispostas em sentido transversal ao mar. Isso até que Burle Marx invertesse as ondas e as colocasse no sentido do mar, como uma prolongação das verdadeiras ondas. Engraçado é que, até então, muita gente nem associava o desenho a ondas. Só depois da inversão é que elas ganharam amplitude, visibilidade e fama! Ah, fala sério, Burle Marx era genial, né?
Mas voltando aos bastidores da criação da pulseira. Quando desenhava joias, Burle Marx também trabalhava com o conceito de versatilidade e de monta-desmonta. Há projetos de fecho de cinto que se separam e se transformam em dois broches; de pendentes que viram broche e de colares com dois ou três medalhões de pedras diferentes para serem trocados conforme a ocasião.
Bem, aí você junta a diversão, com os desenhos de calçadas e o monta-desmonta das joias e tem, como resultado, a pulseira Caminhos. Legal, né? Claro que tirar a ideia do papel foi uma aventura de meses até chegar a uma joia leve, confortável e bonita. Agora, dá uma olhada como funciona:
E, também, como funciona a versão mais estreita:
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