Entre uma viagem e outra, andei relendo um livro com o qual, anos atrás, mudei pontos de vista. Por isso recomendo. Foi best seller na França e chama-se L´Art de la Simplicité, da professora francesa Dominique Loreau (há uma versão em português, disponível em Portugal). Ela viveu 25 anos no Japão até publicar seu valioso tratado zen, que tenta ensinar as mulheres ocidentais a serem mais simples. Além de me identificar com várias de suas vivências e ideias, sempre volto às dicas, que tento transformar em experiência real, ainda que eu não seja nenhum gênio da simplificação e tenha consciência de que me falta muito para tanto.
Dominique nos ensina sobre o valor positivo e enriquecedor da simplicidade e observa que numa época de excessos e super valorização das coisas materiais, nosso esforço deve ser feito, primeiro, para distinguir o que é necessidade do que é desejo, seja no quesito matéria ou em temas da ordem do espírito. Eliminar supérfluos, enfim, não importa de que natureza. Simplificando bastante, é onde começa a tese dela que, como poucas, descreve a relação de uma mulher com seus objetos pessoais_ uma bolsa, uma roupa, uma joia. Ela sugere ainda que não deveríamos ficar desejando tantas coisas, mas desejar momentos já que viver, como ela diz, é fundamentalmente uma questão de consciência e bom aproveitamento do presente.
Entre outras citações valiosas, guardei, também deste livro, uma frase que Dominique identifica como um ditado popular japonês e que eu já havia ouvido em versão parecida, sem saber a origem exata. “A perfeição não consiste em fazer coisas extraordinárias, mas fazer coisas simples de maneira extraordinária.” Vale para tudo na vida.
Por: Costanza Pascolato