Joias e acessórios com mood étnico estão em alta por causa da capa lindamente grafitada_e com a modelo brasileira Isabeli Fontana_, da Vogue Paris deste mês de novembro. Numa fabulosa matéria da editora Carine Roitfeld, que faz um tributo ao artista plástico americano Keith Haring (1958-1990), a tendência está no ar.
Mas, atenção: há modos de usar. Para começar, esqueça etnias de tom lisérgico, caleidoscópico ou multicultural, bem à moda dos anos de 1970. Da década de 1980, atente especialmente para os grafitis geniais de Haring, cuja obra espalhou-se frenética pelo mundo. Olhe também para uma e outra desproporção entre a parte de cima e a parte inferior do look. Seguindo essa mesma linha do tempo _e de raciocínio_, perceba que o étnico agora deve ser um pouco menos colorido, mais simples, de tons neutros, mais limpo, minimamente diferente na objetividade das formas. Por isso a década de 1990 parece uma referência mais notável que as duas anteriores. Ela insere todas as “tribos” nas grandes cidades. Nesse contexto, roupas, acessórios e jóias têm algo de flutuante, como se estivessem em movimento _ bem como as figuras animadíssimas de Haring.
No caso das jóias, o artesanato e a arte plumária indígenas, por exemplo, com suas formas e ornamentos diversos, são inspirações para ressaltar linhas orgânicas. Assim, uma interpretação bem de acordo com o momento atual, com esse tribalismo glam, me faz pensar na coleção Purãngaw, aqui da H. Stern, que sintetiza exatamente o étnico mais glamurizado. Mais que nunca, ele transita livre, entre tantas diferenças, pela atmosfera urbana de metrópoles sabidamente globais. >>> Costanza Pascolato
Pulseira, brincos e pendente de ouro amarelo texturizado da Coleção Purãngaw